Crítica da peça obituário.

Ponto Para a dramaturga nacional.
Com algo de Herold Pinter, texto de Rodrigo Nogueira resulta em montagem interessante.

'Obituário Ideal'

Espaço Sesc - Copacabana
Barbara Helidora

Treato - Crítica

É difícil com compreender por que, no programa de "Obituária ideal", Rodrigo Nogueira não aparece como autor, mas apenas como responsável por "história e diálogos", enquanto o espetáculo é dirigido por Thiare Maia e Rodrigo Nogueira, mas com "orientação teatral" de Bel Garcia, Haroldo Rego e João Fonseca. Na verdade, o texto é interessante, principalmente porque escapa do neogramático desabrido e sem caminho e encontra uma forma para expor seu conteúdo.

Desde o início da ação, o casal que compõe o elenco já apresenta problemas de comunicação de níveis extremos, bem caracterizados pelos silêncios ao contrato físico - as quebras frenéticas que levam ao afastamento dos dois recebem, em alguns momentos, diálogos que lembram o teatro do absurdo, com o todo conduzindo a um fim inevitável. A Falta de comunicação dessa dupla, que busca em enterros um caminho para a recuperação das emoções, tem algo também de Harold Pinter, onde os personagens criam eles mesmo as barreiras que depois não conseguem superar. No caso de “Obituário Ideal”, mais da oarte do que dele, tudo com resultado bastante interessante.
A encenação tem cenário de Aurora dos Campos com toques realistas que ressaltam a arbitrariedade da vida do casal. Os figurinos de Gabriela Campos vestem bem as mudanças da ação. A trilha de Rodrigo Marçal é boa, assim como a luz Renato Machado. A direção, a princípio, sugere que tudo que passa por volta dos anos 1950, mas na parte final usa recursos da mais recente tecnologia; a não ser por isso, a ação é bem condizente com o texto ( o que não surpreende, com autor dirigindo e interpretando).

As atuações de Maria Maya e Rodrigo Nogueira , inteiramente alinhadas com o tom de texto, são muitos boas, principalmente porque, dentro das exigência formais, ficam claramente estabelecidas as personalidades dos dois, como diferentes e seus conflitos. Maria Maya tem a tarefa mais difícil das duas, já que o personagem de Rodrigo Nogueira tem momentos de alívio emocional, enquanto ela é sempre prisioneira do abandono da emoção. Mas tanto ela quanto ele se saem muito bem, com atuações firmes e conscientes. É sempre bom ver progresso da dramaturgia bacional, e que os atores estão prontos para servi-la.

Fonte: Twitter Maria Maya

Postado por Daiane Rodrigues

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